Tamanduá-bandeira: Curiosidades sobre o maior caçador de cupins e formigas das Américas
- Instituto CVS
- 17 de out. de 2024
- 3 min de leitura
Se você nos acompanha, deve ter visto nosso conteúdo sobre a presença de um lobo-guará próximo à linha férrea em Ermida. Dessa vez, o avistamento foi de um tamanduá-bandeira!
1: Quem é o tamanduá-bandeira?
O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) é um mamífero conhecido por sua aparência única e hábitos alimentares especializados. Ele é o maior dos tamanduás e pertence à ordem Pilosa, sendo nativo de várias regiões da América Central e do Sul, incluindo o Brasil!
Tamanduá-bandeira adulto. Fonte: Luiz Carlos Rocha Flickr
Ele mede cerca de 2,20 metros, pesa em média 40kg, tem uma cauda gigante com pelos grossos e compridos, além de um focinho longo para poder se alimentar! Seu nome popular, inclusive, vem do balanço de sua cauda que, ao se movimentar, se assemelha a uma bandeira hasteada!
2: Onde o tamanduá vive?
O tamanduá-bandeira pode ser encontrado em vários tipos de habitats, incluindo savanas, florestas tropicais, cerrados e áreas de pastagem. No Brasil, as maiores populações de tamanduás-bandeira se encontram nos biomas Cerrado e Pantanal.
Mapa de distribuição do tamanduá-bandeira. Fonte: IUCN
3: O que come o tamanduá?
O tamanduá-bandeira é um insetívoro especializado, comendo principalmente formigas e cupins. Ele usa suas garras para furar os formigueiros e cupinzeiros, e sua língua pegajosa para capturar os insetos. Ele pode comer até 30 mil insetos por dia, desbravando diferentes cupinzeiros, afinal, ele não fica muito tempo em uma mesma colôniadevido ao excesso de picadas.
Tamanduá-bandeira se alimentando. Fonte: Daphnne, via Instituto Jurumi
4: Reprodução
A fêmea geralmente dá à luz a apenas um filhote por vez (embora relatos de gêmeos existam), após um período de gestação de cerca de 190 dias (pouco mais de 6 meses). O filhote nasce bem desenvolvido e se agarra às costas da mãe, onde permanece por cerca de 6 a 9 meses enquanto cresce e aprende a se locomover e se alimentar sozinho.
Tamanduá-bandeira fêmea e seu filhote nas costas. Fonte: Karina Molina, via Aquário de São Paulo.
5: Ameaças
A espécie enfrenta diversas ameaças, como:
Conversão de Habitat e Queimadas: a destruição e fragmentação dos habitats naturais do tamanduá-bandeira, como para a expansão urbana e agrícola, juntos aos incêndios são duas de suas maiores ameaças. Ressalta-se que ele apresenta uma locomoção relativamente lenta e acaba ficando gravemente ferido em queimadas.
Atropelamentos: é frequentemente atropelado em estradas que cortam seus habitats naturais. Diferente de outros animais como felinos e canídeos, seus olhos não brilham quando iluminados por um farol, o que dificulta a visão de motoristas, que acabam colidindo com os mesmos. Em 2024, ao menos 6 tamanduás-bandeira foram atropelados até o momento, na região de Divinópolis-MG!
Conflitos com seres humanos e animais domésticos: vários mitos relacionados à má sorte rodeiam o tamanduá-bandeira, por isso, muitas pessoas ainda matam indivíduos da espécie. Além disso, em áreas rurais eles frequentemente sofrem envenenamento ao procurar comidas em plantações com defensivos agrícolas e também, são feridos por cães, que além de os atacarem ainda transmitem doenças à eles. A vida de um tamanduá-bandeira não é nada fácil, né?!
Baixa Taxa de Reprodução: a taxa de reprodução da espécie é relativamente baixa. As fêmeas geralmente têm apenas um filhote por gestação, e o tempo de cuidado parental é longo. Isso significa que as populações demoram para se recuperar caso sofram grandes perdas.
Tamanduá-bandeira atropelado. Fonte: Débora Yogui, via National Geographic.
6: Status de Conservação
As diversas ameaças fazem com que o tamanduá-bandeira seja classificado como uma espécie Vulnerável. Medidas de conservação, como a criação de áreas protegidas, corredores ecológicos e a educação ambiental para comunidades locais, são cruciais para garantir sua sobrevivência a longo prazo.
Finalmente, o tamanduá-bandeira é uma criatura fascinante da nossa fauna e com esforços de conservação e conscientização, desejamos que essa espécie tão singular continue a fazer parte da nossa rica biodiversidade por muitas gerações!
Texto por: Nicole Pavan
Revisado por: Jéssica Amaral Lara e Vivian Resende
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